A necessidade de se bloquear um Irã nuclear
Um "Irã nuclear" representa uma série ameaça, não apenas para o Oriente-Médio como também para todo o mundo. Esforços diplomáticos têm falhado para deter o programa nuclear iraniano. Ao aproximar-se da fabricação de uma bomba nuclear pelo Irã, a ameaça de usar a força - e até o uso da força real - parecem ser as únicas medidas viáveis. Os Estados do Oriente-Médio quase não podem estabelecer um "balanço de terror" nuclear com o Irã, e não há nenhuma defesa totalmente segura contra mísseis com ogivas nucleares. Uma ação militar contra instalações nucleares iranianas envolve muitos riscos e complicações, mas a dificuldade é exagerada, e a falta de ação quase certamente trará consequências muito piores.
A cada dia o Irã está mais perto de conseguir armas nucleares. Teerã tem se evadido das diretrizes da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), e tem construido um programa nuclear militarmente significante. O Irã tem resistido a todas as pressões diplomáticas para descontinuar este programa e parece decidido a produzir urânio altamente enriquecido (UAE), que se constitui no último e mais crítico estágio da construção de uma bomba nuclear. Em meados de janeiro de 2006, os iranianos decidiram quebrar os lacres da AIEA em algumas de suas instalações nucleares, demonstrando a determinação de Teerã de continuar com seu programa de enriquecimento de urânio centrífugo.
As declarações oficiais de líderes de nações ocidentais indicam uma irritação crescente com o comportamento do Irã em relação à questão nuclear e falta de vontade de dobrar-se às exigências para que o país abandone seus planos de produzir material de fissão nuclear. Mesmo o Diretor Geral da AIEA, Mohammed ElBaradei, declarou que o mundo está perdendo a paciência com o Irã.
Na comunidade internacional, Israel parece ser o mais preocupado com as perspectivas de um Irã nuclear. Em dezembro de 2005, Meir Dagan, o chefe do Mossad (Serviço Secreto de Israel), advertiu que a decisão estratégica do Irã de conseguir a base tecnológica para tornar-se uma potência nuclear seria realizada em poucos meses. O Chefe do Estado Maior das Forças de Defesa de Israel, General Dan Halutz, deu uma avaliação semelhante, em 4 de dezembro de 2005, e alguns dias antes o Chefe do Departamento de Inteligência das Forças de Defesa de Israel, General Aharon Zeevi (Farkash), advertiu que março de 2006 seria o "ponto de não retorno", indicando que após essa data, qualquer esforço diplomático de reduzir o programa nuclear do Irã não faria sentido. Nenhuma explicação para a expressão: "ponto de não retorno" foi dada, deixando-a obscura. Entretanto, possivelmente essa expressão se refere a uma certa medida de amadurecimento tecnológico nuclear.
Fonte: "The need to block a nuclear Iran", Efraim Inbar
Bar-Ilan University, Israel - Abril de 2006
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